Curricularização da Extensão: por onde começar?

O prazo para implementar a curricularização da extensão está terminando.

A partir de janeiro de 2023, as instituições de ensino superior (IES) brasileiras devem reservar 10% da carga horária total de todos os cursos para atividades de extensão. Essa transformação curricular é um dos principais desafios da gestão acadêmica em 2022. 

São consideradas atividades de extensão programas, projetos, cursos, oficinas e prestação de serviços vinculados à formação do estudante. As atividades precisam levar em conta a articulação entre ensino e pesquisa em ações que envolvam parceiros externos, como empresas, instituições sociais e a comunidade onde a IES está inserida. 

Pelas diretrizes do Conselho Nacional de Educação (CNE), a curricularização da extensão deve estar contemplada nos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPCs) e no Projeto Pedagógico Institucional (PPI) – o que exige alterações nesses documentos. O cumprimento das regras será considerado para a autorização e reconhecimentos dos cursos. 

A legislação vale tanto para graduações presenciais como para aquelas da modalidade de ensino a distância (EAD). No caso do EAD, embora parte dos componentes extensionistas possa acontecer online, as atividades serão realizadas em região compatível com o polo de apoio presencial no qual o aluno está matriculado. 

Os desafios da extensão

Tendo em vista as diretrizes estabelecidas pelo CNE, alguns desafios para implementação da curricularização logo vem à tona. Por exemplo: realizar as mudanças no PPI, nos PPCs e no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI); e, no caso dos cursos EAD, assegurar a presencialidade das atividades extensionistas. 

Entretanto, para dar viabilidade a proposta, em primeiro lugar, é necessária uma reorganização curricular de todos os cursos. Além de garantir os 10% da extensão sem aumentar a carga horária, é fundamental atender às Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) e oferecer os conteúdos das disciplinas em novos componentes curriculares.

Alterações dessa grandeza também exigem metodologias de ensino inovadoras. A extensão, por sua essência, requer a conexão entre diferentes áreas do conhecimento, entre o ensino e a pesquisa e entre a academia e a comunidade. As metodologias conteudistas tradicionais, onde o professor transmite conteúdo para o aluno em sala de aula, não respondem às novas necessidades.

No que se refere ao contato com a comunidade, as IES devem encontrar meios de formar parcerias com empresas, organizações não governamentais, poder público e entidades comunitárias. Disso depende a identificação de demandas externas para que os alunos possam atuar em temas que gerem transformação social, como pede a extensão. 

Os primeiros passos

Com tantos desafios para enfrentar e com o prazo perto de esgotar, as IES não têm tempo a perder. O ideal é iniciar a implementação da curricularização da extensão o mais rápido possível. Nesse sentido, uma dica é começar por um curso como projeto-piloto, preparando o terreno para adoção em todas as graduações a partir de 2023. 

Também é hora de substituir disciplinas por um currículo que contemple metodologias ativas, como a Aprendizagem Baseada em Projeto (ABP ou PBL, na sigla em inglês). E, assim, usar a PBL resolver problemas reais da comunidade e cumprir a legislação. Esse foi o caminho escolhido, por exemplo, por todas as instituições do Grupo Tiradentes. 

Outro passo importante é comunicar a comunidade acadêmica (professores, alunos e setor administrativo), assim como a sociedade do local onde a IES está inserida, sobre as mudanças em andamento. Em relação aos docentes, ainda é necessário treiná-los para a adoção dos novos currículos e metodologias que darão suporte à curricularização da extensão. 

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