Websérie DreamShaper episódio 4: O papel da resolução de problemas da sociedade na formação do aluno

A websérie Ensino por Projeto: Formando Profissionais do Futuro chegou ao quarto episódio.

Na terça-feira, 6 de abril, o tema em destaque foi o papel da resolução de problemas da sociedade no desenvolvimento do aluno.

O encontro contou com Fabrício Moura, diretor de conteúdos da Positivo Soluções Didáticas; José Moran, pesquisador e especialista em metodologias ativas da Universidade de São Paulo (USP); e Marco Bento, diretor pedagógico do Colégio Santa Eulália, de Portugal. 

A mediação e apresentação ficou a cargo de Felipe Rodrigues, gerente de operações da DreamShaper. 

Os três convidados criticaram os currículos excessivamente conteudistas. Eles foram unânimes em defender uma inovação metodológica baseada na resolução de problemas para atender ao perfil dos alunos do século 21. Além disso, alertaram para a necessidade de uma reorganização do design das escolas e apontaram alguns caminhos para instituições interessadas em quebrar paradigmas na formação dos estudantes.   

Uma nova escola para um novo aluno

Chamado para abrir o debate, Fabrício Moura usou sua experiência como docente para exemplificar a mudança no perfil dos alunos. Professor de física, ele lembrou que, há apenas dez anos, os alunos eram menos engajados com o dia a dia da sociedade. Quando traziam questões sobre ciência e tecnologia para a sala de aula, geralmente era por influência de programas de televisão.  

Hoje, a frequência dos questionamentos aumentou consideravelmente. Ao mesmo tempo, o interesse dos estudantes está sendo despertado pelo conhecimento adquirido autonomamente em diversos meios de comunicação. 

“Com a inserção cada vez maior da internet, os alunos passaram a buscar informações em outros canais. Eles estão mais críticos e trazem temas relevantes para a sociedade a todo momento”, contou.  

Foi ao perceber esse movimento que Moura voltou a atenção à necessidade de inserir a resolução de problemas nos currículos. Afinal, o papel do professor também precisava mudar. “O professor deve olhar menos para como ele ensina e mais para como o aluno aprende”, disse. 

O diretor de conteúdos da Positivo Soluções Didáticas afirma que um dos objetivos mais relevantes das metodologias ativas é ganhar tempo de qualidade em sala de aula. Isso significa trabalhar habilidades mais complexas – como capacidade de análise – no espaço escolar e dar autonomia ao aluno para desenvolver tarefas como reconhecimento e compreensão em outros ambientes. 

Para tanto, é fundamental ampliar a visão do que é uma sala de aula. “Não pode ser aquele lugar quadrado, com um quadro e cadeiras enfileiradas. É preciso repensar o modelo de espaço da escola”, ressaltou. 

Três eixos da transformação escolar

Pesquisador em metodologias ativas da USP, José Moran destacou que muitos educadores já comprovaram a eficácia da combinação entre prática e teoria, entre fazer e refletir. O desafio, assim como havia pontuado Moura, é superar o paradigma escolar tradicional. 

“Temos que quebrar o modelo mental de organização e design da escola, que ainda é muito centrado em conteúdos e áreas do conhecimento fechadas”, afirmou. 

Uma saída, segundo Moran, é criar currículos para a educação básica que tenham continuidade da educação infantil ao ensino médio. Sempre com foco na resolução de problemas e na construção de projetos, que vão ficando mais complexos à medida que o aluno avança cada etapa.  

“Estamos acostumados com os professores que escolhem os problemas e desenham os processos. É preciso partir mais dos interesses e necessidades dos alunos, em um processo aberto, negociado e compartilhado”, defendeu. 

Questionado sobre como as escolas podem iniciar esse processo radical de transformação, Moran apontou três eixos fundamentais: 

1) Dar mais possibilidades de escolha ao aluno. Por exemplo, por meio de currículos personalizáveis, disciplinas eletivas e atividades que deem autonomia para os estudantes perguntarem, pesquisarem e trazerem respostas.

2) Desenvolver projetos multidisciplinares. Nesse caso, a intenção é que os professores trabalhem em conjunto em projetos integradores de periodicidade trimestral ou semestral, permitindo que que aluno perceba o diálogo entre saberes.

3) Criar projetos de vida e de desenvolvimento de competências com visão de futuro. E, com isso, promover o papel de mentoria e tutoria dos professores ao mesmo tempo.

Repensar o currículo para repensar a escola

A ideia de repensar o ambiente escolar e os currículos encontrou eco na fala do diretor pedagógico do Colégio Santa Eulália, de Portugal, Marco Bento. “Esse repensar a escola tem muito a ver com repensar os currículos, que estão desligados da realidade atual”, ponderou. 

Para Bento, é um equívoco pensar que o aluno só aprende dentro de uma sala de aula tradicional. Ele aprende quando passa por experiências em contato com o mundo. Ou seja, é vital transpor os muros da escola, agregando outros espaços e tecnologias ao processo de aprendizagem. 

“Temos que ir além daquela ideia de que o mundo cabe na sala de aula. Eu acho que a sala de aula cabe no mundo. A sala de aula tem que ser o mundo”, propôs. 

Ao finalizar sua apresentação, Bento deixou duas frases para reflexão que resumem boa parte das discussões dos quatro primeiros episódios desta websérie: não se ensina ao aluno aquilo que ele pode aprender por si; e os alunos aprendem melhor quando controlam aquilo que aprendem. “Se partirmos desses princípios, vamos conseguir repensar melhor o que é a escola”, completou. 

Ao todo, a websérie Ensino por Projeto: Formando Profissionais do Futuro – transmitida pelo canal da DreamShaper no Youtube – terá cinco episódios, onde especialistas em educação abordam diferentes vieses e experiências da aprendizagem baseada em projetos (ABP ou PBL, na sigla em inglês).

Sobre a DreamShaper

Para aproveitar o melhor da PBL, conheça a DreamShaper. A DreamShaper é uma ferramenta digital especializada em Aprendizagem Baseada em Projetos. Ele fornece a escolas e universidades projetos pré-definidos que incluem desafios, atividades e problemas autênticos em áreas como pesquisa, empreendedorismo, cidadania e carreira – sempre com a possibilidade de personalizar o conteúdo às necessidades do aluno. Além de ajudar o estudante a desenvolver as habilidades mais importantes do século XXI, a DreamShaper poupa o tempo do professor, que não precisa planejar os conceitos e aplicações dos projetos. Por incluir as metodologias prontas a utilizar, a DreamShaper permite que o professor se concentre em quem mais importa: o aluno.  

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