O que os alunos esperam do ensino híbrido

Qual modalidade de ensino os alunos desejam cursar no pós-pandemia?

Como era de se esperar, a 5ª edição da Pesquisa Observatório da Educação Superior, realizada pela Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES) e pela consultoria Educa Insights, indica uma preferência dos universitários pelo modelo híbrido.

O estudo, conduzido em novembro de 2021, leva em conta o conceito de quadrantes híbridos – desenvolvido pela ABMES para facilitar a implementação do ensino híbrido.

A proposta classifica as atividades pedagógicas a partir de dois eixos: espaço (presencial ou virtual) e tempo (síncrona ou assíncrona). Com isso, os quadrantes são os descritos abaixo:

  • Atividades presenciais síncronas (PS): acontecem em salas de aulas convencionais e laboratórios com a presença simultânea de professor e alunos;
  • Atividades presenciais assíncronas (PA): práticas supervisionadas em momentos escolhidos pelo estudante, mas sem necessidade da presença simultânea do professor;
  • Atividades virtuais síncronas (VS): por exemplo, aulas remotas ou chats com tutores e interação simultânea por meio digital; 
  • Atividades virtuais assíncronas (VA):  acesso ao conteúdo via ambientes virtuais de aprendizagem ou plataformas similares, como no modelos 100% EAD. 

A pesquisa ressalta que os quatro componentes são valorizados pelos estudantes. Cabe às instituições de ensino superior (IES) utilizá-los para equilibrar o modelo acadêmico, respeitando as especificidades de cada vocação.

Dessa maneira, tudo leva a crer que os cursos 100% presenciais ou totalmente virtuais perderão relevância daqui para frente. Os resultados obtidos no fim do ano passado pela ABMES e Educa Insights reforçam tendências verificadas anteriormente.

Na 4ª edição do Observatório da Educação Superior, por exemplo, 55% dos entrevistados concordavam com a volta às aulas presenciais desde que apenas em alguns dias da semana e para realização de atividades práticas. 

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Qual é o modelo híbrido preferido

O estudo também buscou entender qual modelo de ensino híbrido os alunos esperam encontrar nos seus cursos. Para isso, eles foram confrontados com uma pergunta: se você tivesse 100 horas da sua graduação para distribuir entre estes momentos, como você faria? Então, foram apresentados a nove estratégias de ensino dispostas pelos quadrantes híbridos.

As repostas levaram, em média, a seguinte divisão da carga horária no ensino híbrido:

  • 45% para atividades presenciais síncronas
  • 23% para atividades presenciais assíncronas 
  • 16% para atividades virtuais assíncronas
  • 16% para atividades virtuais síncronas 

Já as estratégias de ensino mais citadas pelos alunos em cada quadrante foram as seguintes:

  • Aulas presenciais práticas com professores em laboratórios ou espaço maker (PS); 
  • Atividades complementares presenciais, realizadas no campus em parceria com empresas (PA); 
  • Aulas remotas expositivas com professores explicando o conteúdo “ao vivo” (VS); 
  • E acesso ao conteúdo teórico digital, por apostilas, laboratórios e bibliotecas virtuais (VA). 

Quais as lições para as IES

Uma das conclusões da pesquisa é que a pandemia reforçou a oportunidade de inovação e validou a tendência de que o futuro da educação é híbrido. Nesse sentido, as IES devem levar em conta que o novo formato de ensino supera barreiras geográficas e vocacionais. 

Afinal, a divisão da carga horária por quadrantes híbridos encontrou resultados semelhantes em carreiras diferentes, como Direito, Educação, Engenharia, Tecnologia da Informação (TI), Negócios e Saúde. As preferências também foram similares em todas as regiões do Brasil e tanto entre candidatos adultos que trabalham como entre egressos do Ensino Médio

O desafio é flexibilizar o ensino presencial, o que pode ser feito, por exemplo, a partir utilização de 40% da carga horária a distância (EAD) em cursos presenciais, como permite a legislação. Ou seja, seguir a tendência não exige o credenciamento de novos cursos, mas apenas a adequação daqueles já autorizados ao ensino híbrido. 

Ao mesmo tempo, trata-se de uma oportunidade para adotar metodologias ativas de ensino, como a aprendizagem baseada em projetos (ABP ou PBL, na sigla em inglês). Além de mais conectadas às necessidades dos alunos do século XXI, as metodologias ativas se encaixam no modelo híbrido, pois propõem uma mescla de atividades teóricas e práticas. 

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