O setor da Educação foi sem dúvida um dos mais afetados pela pandemia.
Foram muitos os desafios lançados a toda a comunidade escolar e que acabaram por acelerar um cenário de transformação numa direção que já há algum tempo se previa.
Por um lado, criou-se uma inconsistência inevitável no processo de aprendizagem dos alunos. A constante mudança entre o ensino presencial e o ensino a distância provocaram uma grande instabilidade na consolidação das aprendizagens para os alunos, para além de uma dificuldade maior na sua concentração e vontade de aprender.
Por outro lado, todos os constrangimentos para evitar o contacto físico, mesmo num contexto presencial, acabaram também por ter um impacto menos bom no seu desenvolvimento.
No entanto, a natureza do ser humano obriga-o a adaptar-se a qualquer situação, e foi exatamente isso que professores, pais e alunos fizeram.
Este processo gerou um conjunto de oportunidades que acabaram também por responder e solucionar vários desafios que já existiam antes da pandemia.
O mais óbvio foi a capacidade que as escolas tiveram de potencializar o uso da tecnologia para a aprendizagem a qual, se usada corretamente, poderá também trazer muitos benefícios no futuro.
Existiu também um grande impulso na procura de novas formas de ensinar, principalmente na utilização de metodologias ativas de ensino-aprendizagem provocada pela necessidade de desenvolver mais autonomia e motivação nos alunos.
A Aprendizagem Baseada em Projeto e em Problemas ganhou um destaque muito importante ao longo deste último ano e que vai continuar a crescer, principalmente pelo impacto que tem no desenvolvimento das competências do Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória.
Neste sentido, a conjugação e o equilíbrio entre a tecnologia, os conteúdos e a metodologia será muito importante neste processo de crescimento para as escolas.
Nada se constrói sem uma boa equipa que tenha vontade de fazer mais e melhor apesar das adversidades.
Um corpo docente motivado para abraçar a mudança é a chave para se continuar a evoluir neste caminho de mudança, garantindo que no próximo ano letivo todo o conhecimento e ferramentas utilizadas serão potenciadas ao serviço da Educação.
Acredito que o balanço é positivo! Foi através de competências como a adaptação à mudança, o saber lidar com a frustração, a capacidade de resolução de problemas e até mesmo a criatividade, que se tornou possível ultrapassar todas as dificuldades que surgiram.
São precisamente estas competências que devemos desenvolver nas crianças e nos jovens para garantir o seu sucesso não só académico, mas também pessoal e profissional num futuro cada vez mais volátil e incerto.
João Borges
CEO, DreamShaper