Como preparar as instituições de ensino para receber os alunos polegares

Entender o comportamento das novas gerações é essencial para garantir a eficácia dos processos de aprendizagem.

Um grande desafio para gestores e professores, esta tarefa torna-se ainda mais complexa quando nos referimos àqueles que o psicólogo João Vianney chama de alunos polegares. 

O termo está associado diretamente à tecnologia. Atualmente, as crianças têm acesso a smartphones nos primeiros anos de vida. Isso significa que muitas atividades podem ser feitas por meio de poucos toques com os polegares no ecrã do dispositivo.

Como são os alunos polegares?

Com a popularização dos smartphones, os jovens tornaram-se “digitadores”, muitas vezes abandonando o lápis e o caderno para “anotar” informações nos próprios smartphones. Este hábito influencia, de diversas formas, o comportamento dos estudantes, que preferem cada vez mais metodologias que incluam a vertente digital em sala de aula.

Este movimento ganhou ainda mais força com a pandemia. O uso de plataformas e aplicações tornou-se parte da vida dos professores – mesmo aqueles que têm pouca ligação à tecnologia.

A aprendizagem dos alunos polegares, que fazem parte da geração Z (nascidos entre 1995 e 2009), tem algumas peculiaridades. Para eles, uma aula, na qual o professor expõe todo o conteúdo e os estudantes apenas ouvem, não é tão eficaz e estimulante.

Conheça algumas características dos alunos polegares e como eles se comportam em sala de aula:

  • Multitarefas: são capazes de realizar múltiplas atividades simultaneamente;
  • Amplo acesso a informações: estão acostumados a receber um grande volume de conteúdo, utilizando redes sociais ou motores de busca como o Google;
  • Comunicação facilitada: preferem peças informacionais simples, como infográficos, em vez de grandes blocos de textos;
  • Gostam de gratificações: a estratégia de dar recompensas frequentes, muito usada em processos de gamificação, pode ter sucesso com os nativos digitais;
  • Colaborativos: esses estudantes podem ser bons no trabalho em equipa.

Uma característica comum da maioria dos alunos polegares é a dificuldade de concentração. Assim, a atenção pode ficar dividida entre os estudos, as redes sociais e o turbilhão de informações a que são submetidos.

E este é mais um motivo pelo qual as metodologias tradicionais de ensino não funcionam bem com esses estudantes: como são pouco atrativas para eles, são incapazes de potencializar o engajamento.

Como preparar uma instituição de ensino para receber esses alunos?

Os alunos polegares representam um grande desafio para as instituições de ensino em diferentes níveis. Isso porque eles são cada vez mais exigentes em relação ao uso da tecnologia e procuram uma aprendizagem desafiadora. O problema é que escolas e universidades nem sempre estão preparadas para isso, e contam com uma estrutura e métodos desalinhados para o novo perfil de estudante.

Por isso, as instituições precisam de rever as suas metodologias de ensino, recursos didáticos e até mesmo a capacitação de professores para se adaptarem a essa nova procura, indo além do uso pontual de soluções tecnológicas. 

Conheça algumas metodologias que podem ser aplicadas para promover e otimizar a aprendizagem de alunos polegares:

  • Mobile Learning: modalidade de ensino que consiste no uso de dispositivos eletrónicos móveis, como smartphones e tablets, no processo de aprendizagem. Os professores podem, por exemplo, disponibilizar recursos didáticos para que os alunos analisem nos seus dispositivos;
  • Gamificação: uso da dinâmica de jogos (com fases e recompensas) em sala de aula como forma de motivar os estudantes;
  • Microlearning: abordagem que procura desconstruir os conteúdos em pequenos módulos, que duram poucos minutos e que são mais objetivos. Assim, é possível otimizar o tempo e aproveitar ao máximo a atenção dos estudantes;
  • Metodologias ativas: são métodos que partem do princípio de que o aluno é protagonista da sua própria aprendizagem. Portanto, os estudantes são estimulados a procurarem o conhecimento por conta própria, por meio de projetos ou pesquisas.

Além das metodologias, os materiais didáticos também precisam de estar adaptados ao processo de aprendizagem das novas gerações. Uma tendência atual consiste no uso de podcasts e de outros tipos de recursos para complementar o conteúdo dos livros.

Entender os alunos polegares é uma tarefa complexa, que não pode ser negligenciada. As escolas e universidades que se conseguirem adaptar totalmente às exigências deste novo público irão sobreviver às mudanças e serão protagonistas na educação do futuro. 

Sobre a DreamShaper

A DreamShaper é uma EdTech especializada em Aprendizagem Ativa e Baseada em Projeto que apoia Instituições de Ensino em mais de 20 países na implementação de metodologias ativas, por meio da sistematização do trabalho com projetos de forma inovadora e eficiente.

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