Aprendizagem ativa x aprendizagem passiva: conheça as diferenças entre as metodologias

As metodologias ativas de aprendizagem começaram com o intuito de se dar mais protagonismo aos estudantes. 

Estas metodologias estimulam a investigação e a autonomia, opondo-se à aprendizagem passiva, que é baseada na transferência de conhecimento do professor para o aluno. Dessa forma, os estudantes são preparados para viverem num mundo onde a solução de problemas é mais valorizada do que a mera reprodução dos conteúdos memorizados. 

Ao longo de toda a história humana, foram definidas e registadas diferentes formas de aprender. A aprendizagem ativa, por exemplo, já era praticada na Grécia antiga e foi uma das responsáveis pela origem da filosofia ocidental, valorizando o debate e a troca de ideias. Sócrates, por exemplo, tirou partido da maiêutica, uma técnica baseada numa série de perguntas perspicazes, para educar os seus discípulos.

Aprendizagem ativa X aprendizagem passiva

As teorias propostas por autores da Psicologia da Educação, como Lev Vigostky (1896 – 1934) e Jean Piaget (1896 – 1980), ajudam a compreender a maneira ativa de adquirir conhecimento. 

Para Vigotsky, a aprendizagem surge da relação da criança com o mundo – intermediada pelo professor. Segundo o autor, o sujeito age sobre a natureza e transforma-a no objeto da sua ação, ao fazer parte dela. Desta forma, torna-se, ao mesmo tempo, autor e protagonista da sua história e, consequentemente, do processo de aprendizagem.

Além disso, o pensador acreditava existir um nível de desenvolvimento real, associado ao que o indivíduo pode aprender sozinho, e um nível de desenvolvimento potencial, que enquadra tudo o que pode ser compreendido com o auxílio de outro(s) indivíduo(s).

Por outro lado, Piaget defendia que, frente a novos desafios, o cérebro regista um desequilíbrio, não conseguindo assimilar a nova informação. Diante disso, a mente pode desistir ou modificar-se. Neste último caso, ocorre o que o autor apelida de “acomodação” – quando são criados novos esquemas de assimilação e o conhecimento é construído. 

Esta maneira de aprender está relacionada ao espírito crítico e à procura pelo saber. Nela, o estudante é o responsável pela construção do seu próprio conhecimento. Compete ao professor incentivar a curiosidade através da criação de novos desafios, com o intuito de mediar a experiência e o processo de aprendizagem. 

Em contrapartida, o método passivo é o que Paulo Freire (1921 – 1997) denominou de “educação bancária”. Nela, o ensino é baseado na transmissão de conhecimento do professor para o aluno. O estudante é um reprodutor de conceitos e ideias de maneira acrítica, e a divisão hierárquica entre os docentes e os alunos fica mais evidente. 

Porque se deve investir na aprendizagem ativa e como incentivá-la?

A aprendizagem ativa parte da curiosidade do estudante e, por isso, gera um maior engajamento e motivação. Dessa maneira, as aulas tornam-se mais divertidas e a aquisição do conhecimento passa a ser percepcionada de forma prazerosa pelo aluno. 

Além disso, a compreensão e aquisição dos conteúdos é facilitada ao longo do processo da aprendizagem ativa, e de forma mais eficiente do que na aprendizagem passiva. É o que demonstra a pirâmide elaborada pelo psiquiatra norte-americano William Glasser (1925-2013), que define assim o sistema de aprendizagem: 

  • 95% de um assunto é assimilado quando é explicado a outra pessoa;
  • 80% ao praticar;
  • 70% ao conversar e debater;
  • 50% ao ver e escutar;
  • 30% ao ver;
  • 20% ao escutar;
  • 10% ao ler.

Por se tratar de uma aprendizagem com uma elevada componente prática, no método ativo o estudante é mais propenso a solucionar problemas, realizar análises complexas e analisar de forma crítica.

Também desenvolve outras capacidades além das intelectuais, como o trabalho em equipa e a gestão emocional. Desta forma, o aluno torna-se mais preparado para o mercado de trabalho e para a vida. 

Para estimular a aprendizagem ativa, nada melhor do que utilizar as metodologias ativas, como: 

  • Gamificação – incentivar as pessoas a identificarem e definirem soluções, premiando estas atitudes. Pode estar associado a tecnologia ou não;
  • Aprendizagem Baseada em Problemas – procura de soluções para problemas reais, num âmbito mais teórico;
  • Aprendizagem Baseada em Projetos – desenvolvimento e concretização de ideias inovadoras com impacto real na comunidade escolar e/ou local; 
  • Design Thinking – abordagem crítica que procura soluções criativas e focadas no ser humano; 
  • Estudo de casos – estudo de situações reais para serem analisadas sob diferentes vieses;
  • Sala de aula invertida – os estudantes estudam o conteúdo teórico em casa e o tempo em aula é utilizado para esclarecimento de dúvidas e discussões.

São muitos os benefícios ao trazer as metodologias ativas para dentro da sala de aula. Entre eles está a transformação na forma de se concretizar a aprendizagem, ao proporcionar um contexto que possibilita que o aluno pense de maneira mais autónoma e resolva problemas, associando múltiplas ideias. 

Sobre a DreamShaper

A DreamShaper é uma EdTech especializada em Aprendizagem Ativa e Baseada em Projeto que apoia Instituições de Ensino em mais de 20 países na implementação de metodologias ativas, por meio da sistematização do trabalho com projetos de forma inovadora e eficiente.

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