O que é e o que não é curricularização da extensão

Homologada no final de 2018, a Resolução nº7 do Conselho Nacional de Educação (CNE) e da Câmara de Educação Superior (CES) estabeleceu novas diretrizes para a extensão na educação superior brasileira. 

O documento define uma série de parâmetros para a prática extensionista, e um dos principais tópicos foi a obrigatoriedade de no mínimo 10% da carga horária total de qualquer curso de graduação para atividades que envolvessem programas, projetos, cursos, oficinas, eventos e prestação de serviços.  

Assim, são consideradas atividades de extensão as intervenções que envolvam diretamente as comunidades externas às instituições de ensino superior (IES) e que estejam vinculadas à formação do estudante.  

O prazo inicial para aplicação obrigatória das mudanças propostas pela resolução era dezembro de 2021. No entanto, a data-limite foi prorrogada para dezembro de 2022 por conta da pandemia, fazendo com que neste ano todas as IES já estivessem com seus currículos adequados à norma.  

Além disso, a resolução definiu que, para receber a autorização e reconhecimento do Instituto Anísio Teixeira (Inep), os cursos deveriam promover a curricularização da extensão e atender aos seguintes critérios:

  • Articulação entre extensão, ensino e pesquisa;
  • Seleção de docentes para se responsabilizar pela orientação das atividades de extensão.

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Entendendo a curricularização da extensão

O conceito de curricularização da extensão consiste na adequação de Projetos Pedagógicos de Curso (PPCs) para garantir a carga horária mínima para as atividades de extensão. O objetivo é trabalhar aspectos fundamentais para estudantes, universidades e comunidades, tais como:

  • Interprofissionalidade: articulação entre diferentes áreas do conhecimento e problemas reais da sociedade;
  • Flexibilidade curricular: atividades que permitam a escolha do estudante sobre quais temas e áreas irá trabalhar, colaborando com a autonomia no aprendizado;
  • Formação: possibilidade de criar vivências práticas que complementem a formação teórica do aluno;
  • Transformação social: conexão entre o ensino superior e as demandas da sociedade;
  • Função social universitária: produção de conhecimento e diálogo com a comunidade, tendo impacto direto na sociedade e na própria universidade.

Curricularização da extensão na prática 

Existem inúmeras possibilidades de trabalhar a extensão nos currículos. Uma delas é a Aprendizagem Baseada em Projetos, ou PBL, um método que vem revolucionando a forma de aprender e ganhando espaço nas universidades mundo afora.

O PBL consiste na elaboração de projetos por parte dos alunos que possam solucionar problemas reais da comunidade na qual a instituição está inserida.

Recentemente, uma pesquisa publicada na Revista Gestão Universitária na América Latina analisou o desempenho do método na graduação de Administração. O resultado foi o desenvolvimento de habilidades como comunicação, trabalho em equipe, planejamento e tomada de decisões por boa parte dos alunos.

A DreamShaper, por exemplo, atuou na preparação da curricularização da extensão de IES como o Ecossistema Brasília Educacional. A partir do diagnóstico dos problemas da comunidade local – facilitado pelo uso do PBL –, os estudantes desenvolvem projetos alinhados aos portfólios dos cursos, buscando soluções para melhorar a vida dos moradores.  

Quais atividades não são curricularização da extensão

Mas não é qualquer iniciativa que pode integrar a curricularização da extensão. Para serem consideradas atividades extensionistas, elas precisam ter os estudantes como parte executora das ações.

Seminários, palestras e cursos de idiomas oferecidos pelas IES à comunidade não são considerados nesse processo, pois são atividades complementares. A menos que os estudantes sejam os professores. 

O mesmo vale para estágios e iniciação científica.  No primeiro caso, trata-se de um ato desenvolvido em ambiente de trabalho, que visa preparar para o mercado. Já a iniciação científica faz parte do âmbito da pesquisa, segmento que está separado da extensão e que pode atuar em articulação com ela, mas que por si só não representa uma prática extensionista.

Sobre a DreamShaper

A DreamShaper é uma EdTech especializada em Aprendizagem Baseada em Projeto que apoia Instituições de Ensino em mais de 20 países na implementação de metodologias ativas, por meio da sistematização do trabalho com projetos de forma inovadora e eficiente.

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