Lifelong learning: por que aprender durante toda a vida é cada vez mais prioritário

O hábito de aprender o tempo todo e em qualquer lugar costuma acompanhar a trajetória das pessoas bem-sucedidas.

Quando jovem, Bill Gates passava longos períodos escondido na casa da avó, em busca de um ambiente sossegado para suas leituras.

Já adulto, o criador da Microsoft criou o hábito de reservar duas semanas do ano para se refugiar em uma cabana à beira de um lago, abastecida com refrigerantes diet e pilhas de livros. Ali, se dedica aos estudos sem correr o risco de se distrair com os afazeres do trabalho ou a rotina familiar. 

A ideia de que é preciso aprender por toda a vida está configurada no conceito de lifelong learning e é cada vez mais atual, mas essa percepção vem amadurecendo ao longo do tempo. 

Já no começo dos anos 1970, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) lançou um manifesto intitulado “Recurrent Education: A Strategy for Lifelong Learning”, que propunha a alternância de trabalho e estudo ao longo da vida.  

Curiosidade e aprendizado permanente

De lá para cá, essa necessidade ficou mais evidente. De acordo com o relatório O Futuro do Trabalho 2020, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, metade da população economicamente ativa precisará de requalificação profissional até 2025.

Na edição de 2023, o mesmo relatório aponta que a curiosidade e o aprendizado permanente ao longo da vida estão em quarto lugar no ranking das habilidades em ascensão até 2027. 

Contudo, apenas uma parcela reduzida de profissionais entende a qualificação contínua como uma questão urgente, conforme o documento PwC’s Global Workforce Hopes and Fears Survey.

Talvez por isso, a pesquisa Gartner Achieving High Performance Employee Survey tenha mostrado que só 41% dos funcionários em escala mundial estão alcançando o desempenho ideal e que 59% deles apresentam uma performance de risco com impacto na capacidade organizacional de inovação e de atrair e reter talentos das empresas.  

Envelhecimento da população

Uma das razões para a expansão do lifelong learning é demográfica. No Brasil, a expectativa de vida é, em média, de 75,5 anos – 72 para homens e 79 para mulheres, segundo dados de 2022 do IBGE. De 1940 para cá, os brasileiros passaram a viver 30 anos a mais. 

Além disso, as sucessivas reformas da Previdência Social fizeram com que boa parte da população idosa tivesse que esperar mais para se aposentar. Permanecendo ativa no mercado de trabalho por mais tempo, essa população necessita de atualização constante para continuar competitiva.  

Revolução tecnológica

Outro fator que impulsiona o lifelong learning é a facilidade da geração Y de conviver com os frutos da revolução tecnológica. Essa parcela de trabalhadores, com idade de 19 a 39 anos, corresponde a 47 milhões de pessoas e representa metade da população ocupada do Brasil.

Os millennials, como são conhecidos, estão habituados ao grande fluxo de informações –  para eles, os avanços da tecnologia propiciam maior interação, participação e acesso ao conhecimento. 

A revolução tecnológica, por si só, é outra razão preponderante para a ampliação do lifelong learning. A educação a distância (EaD), por exemplo, encontra-se em plena ascensão no Brasil – entre 2011 e 2021, a quantidade de matrículas em cursos superiores de graduação nesta modalidade de ensino aumentou em 700%, de acordo com o Censo da Educação Superior.  

Ao mesmo tempo, as plataformas de educação corporativa (LMS) amplificam o impacto da personalização do aprendizado, com base nas necessidades individuais e metas de carreira de cada um.

Ainda há disponibilidade de ferramentas colaborativas, que facilitam a interação e a troca de ideias entre profissionais, independentemente de onde se encontram. 

Tudo isso provoca uma reflexão entre os gestores das IES na medida em que expõe a necessidade de ampliar a oferta de lifelong learning nessas instituições.

Afinal, as empresas estão buscando cada vez mais profissionais atualizados, com competências aperfeiçoadas, importando-se menos com a quantidade de diplomas que eles guardam na parede.

“A ideia da educação continuada ao longo da vida assume uma questão geracional agora. Precisamos entender como vamos oferecer cursos, currículos, projetos, de formação, para as diferentes fases da vida”, afirma Denise Campos, da Ânima Educação.  

Sobre a DreamShaper 

A DreamShaper é uma EdTech especializada em Aprendizagem Baseada em Projeto que apoia Instituições de Ensino em mais de 20 países na implementação de metodologias ativas, por meio da sistematização do trabalho com projetos de forma inovadora e eficiente. Agende uma conversa! 

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