Não há idade certa para empreender, somente o momento certo.

Para Davi Coscarelli e Ícaro Bacelar, esse momento chegou durante o Ensino Médio. Estes dois jovens, após ganhar diversos prêmios individuais em nível regional, ganharam uma bolsa de estudo completa da Farias Brito.

Juntos, criaram diversos projetos empreendedores e representaram o Brasil na Imagine Cup 2020, um concurso de empreendedorismo da Microsoft, com o projeto Like Bee.

Atualmente Davi e Ícaro são mentores do programa Start SFB, uma iniciativa do Sistema Farias Brito que utiliza tecnologia DreamShaper, que é o primeiro programa de empreendedorismo para jovens a partir dos 12 anos no Brasil.

Confira nossa conversa com eles:

Qual o papel da educação na decisão de serem empreendedores?

Fomos ensinados que aquilo que dá sentido ao conhecimento é aplicá-lo de modo a gerar um impacto positivo em nossa sociedade. Na sala de aula obtivemos a teoria, mas ainda precisávamos de saber como tirar nossas ideias do papel e trazê-las para o mundo. Para isso, decidimos nos aprofundar no ramo do empreendedorismo.

Quais os principais desafios encontrados para desenvolver uma ideia e provar que ela tem valor?

Os desafios são vários e constantes. Começa com um bom estudo sobre o problema que se quer resolver com seu empreendimento, afinal, não tem que como solucionar algo que não se entende. E se sua startup não resolver algum problema na vida das pessoas, vai ser bem difícil de alguém aderir a sua proposta.

Com o problema bem entendido, é preciso se formular bem como resolvê-lo. E isso envolve várias discussões em grupo, bem como o desafio de conciliar as diferentes opiniões. Além disso, a ideia tem quer não só resolver o problema proposto mas também ser rentável: mesmo que seu objetivo não seja lucro, sua startup tem que conseguir se manter para continuar as operações.

Por fim, chegamos a implementação. Nessa parte a maior complicação vem do ponto de que, para se implementar sua solução, primeiro você precisa de recursos iniciais para lançá-la. Contudo, na maioria das vezes, para conseguir recursos você precisa provar que sua ideia funciona. Mas para provar que sua ideia funciona antes você precisa de implementá-la – e para isso, precisa de recursos… Para sair disso seu time tem que reduzir a solução proposta pela startup a sua versão mais simples possível, o Mínimo Produto Viável (MVP), para que possam aplicá-la com menos recursos.

Tendo o MVP e testes iniciais, se entende como melhorar a proposta de solução. E então repete o processo até que esteja pronto para lançar no mercado. No fim é um desafio constante de “procurar defeito” em sua ideia para poder melhorá-la.

Em que tipos de projetos desejam trabalhar no futuro?

Gostaríamos de desenvolver tecnologias que gerassem resultados positivos na sociedade e fossem sustentáveis de um ponto de vista ecológico. Já começamos isso com a LikeBee, nossa segunda startup cujo o foco é premiar o descarte correto de lixo para incentivar a reciclagem, utilizando lixeiras inteligentes (por inteligentes nos referimos ao uso de Inteligência Artificial e IoT) que trocam itens recicláveis por descontos em lojas parceiras, a qual foi internacionalmente reconhecida como uma das 12 equipes finalistas da Microsoft ImagineCup 2020, sendo a única startup da América do Sul dentre estas.

Que conselhos têm para os jovens que desejam ser empreendedores?

Acreditem e tentem, tudo começa assim. Se no fim a startup não decolar, saiba que valeu a experiência. Habilidades empreendedoras são úteis em diversas carreiras e estão sendo cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho. Aprender sobre sempre será útil.