Na década de 1990, o psiquiatra norte-americano William Glasser consolidou a Teoria da Escolha, uma hipótese que valoriza o papel da autonomia no desenvolvimento de cidadãos críticos, participantes e conscientes.
Em seguida, Glasser transportou os mesmos princípios para a educação e estruturou uma pirâmide de aprendizagem, criando uma representação gráfica de como absorvemos o conhecimento.
No topo da pirâmide de aprendizagem, encontram-se os métodos de aprendizagem passiva, considerados menos eficazes. Por outro lado, na base da pirâmide, estão as estratégias de aprendizagem ativa, alinhados à Teoria da Escolha e considerados mais eficazes. Em resumo, a pesquisa de Glasser mostra que estudar com autonomia e “colocar a mão na massa” é mais produtivo do que insistir na memorização do conteúdo.
A pirâmide de aprendizagem de William Glasser atribui as seguintes percentagens de retenção do conhecimento para cada tipo de atividade pedagógica: ler (10%), escrever (20%), observar (30%), ver e ouvir (50%), discutir (70%), praticar (80%) e ensinar aos outros (95%).
Nesse sentido, a aprendizagem ativa inclui uma série de atividades pedagógicas que funcionam em oposição aos métodos tradicionais de ensino-aprendizagem. Assim, as aulas expositivas perdem relevância em favor de metodologias que colocam os estudantes como protagonistas na construção da própria aprendizagem. Entre elas, está a aprendizagem baseada em projeto (ABP ou PBL, na sigla em inglês).
No ABP, por exemplo, os alunos são instigados a identificar problemas a partir de temas sugeridos pelo professor, agindo de maneira ativa e colaborativa em busca de soluções. Focada na investigação prática, essa estratégia de aprendizagem ativa troca o ato mecânico de anotar pelo envolvimento com desafios reais e simulados. A teoria não perde importância, mas funciona em sinergia com a prática.
Um novo papel para o professor
Para a aprendizagem ativa promover seus benefícios, é fundamental que o professor assuma um novo papel na sala de aula. Sai o professor especialista (embora continue a sê-lo), sempre focado em transmitir conteúdos aos alunos de maneira linear; e entra o professor mediador do conhecimento, responsável por estimular e orientar o aluno durante sua jornada.
Trata-se de uma transformação na prática docente que nem sempre agrada aos professores. Afinal, muitos profissionais da área ainda mantêm certa resistência à adoção de novas metodologias e tecnologias de ensino. É o caso, principalmente, daqueles que se sentem mais confortáveis e acostumados com as aulas expositivas e conteúdistas.
Neste cenário, escolas e universidades têm o dever de fomentar a formação contínua dos docentes. Isso passa pela oferta de formações que capacitem os professores em temas como metodologias ativas, abordagens multidisciplinares, desenvolvimento de competências socioemocionais e adoção de tecnologias educacionais.
Esse também é o caminho para estabelecer uma nova relação com os alunos. Para que, com mais autonomia, eles se tornem agentes da sua própria aprendizagem, o que se reflete na melhoria do envolvimento e na aquisição de habilidades socioemocionais – criatividade, resolução de problemas, comunicação, entre outras – indispensáveis no mercado de trabalho e na sociedade do século XXI.
Além disso, ao ceder o protagonismo aos estudantes, as estratégias de aprendizagem ativa otimizam a carga horária docente. Com menos aulas expositivas, os professores ganham tempo para se dedicar ao acompanhamento dos projetos, na retenção do conteúdo e no desenvolvimento de competências, mostrando, ao mesmo tempo, que reinventar-se é sempre possível.
Sobre a DreamShaper
A DreamShaper é uma EdTech especializada em Aprendizagem Baseada em Projeto que apoia Instituições de Ensino em mais de 20 países na implementação de metodologias ativas, através da sistematização do trabalho com projetos de forma inovadora e eficiente.
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