Submetidas a uma adaptação repentina, instituições de ensino em todo o mundo apoiaram-se na tecnologia para manter as aulas durante a pandemia.
De uma semana para a outra, gestores, professores e alunos entraram numa nova rotina – dependente da internet, computadores e dispositivos móveis.
As atividades pedagógicas foram ajustadas para caber no “novo normal”. Agora, com o avanço da vacinação e a diminuição dos internamentos devido à Covid-19, a tendência é que a modalidade presencial volte gradualmente às escolas e universidades. Mas será necessária uma adaptação para utilizar os recursos digitais num cenário onde o ensino híbrido ganha espaço.
Além disso, a transformação digital foi acelerada pela pandemia, afetando estruturalmente e culturalmente diversos setores. Os professores e gestores educacionais precisam, mais do que nunca, adquirir habilidades para lidar com a tecnologia na sala de aula.
Aposta no ensino híbrido
Adotado de forma repentina onde o ensino presencial era dominante, o ensino híbrido foi aplicado em diversas escolas e instituições de ensino superior. A modalidade continuará a ser utilizada para integrar os alunos em espaços online e presenciais.
Ao mesmo tempo, representa uma oportunidade para priorizar as necessidades de cada aluno, levando em conta os seus perfis individuais. Softwares e plataformas online ajudam na personalização do ensino, combinando aulas teóricas online com aulas práticas presenciais.
Mesmo com experiência neste formato, é necessário um aprimoramento a partir de uma série de recursos digitais. Assim, os estudantes têm oportunidade de adquirir conhecimento de forma mais flexível, tendo a tecnologia como uma verdadeira aliada nos estudos.
Para apoiar as instituições de ensino neste desafio, o Online Learning Consortium (OLC), organização americana que pesquisa a área há décadas, divulgou um manual com 70 indicadores de um ensino híbrido de qualidade, distribuídos em oito categorias.
Os resultados são animadores. A norte-americana Summit Public Schools, por exemplo, faz uso de ensino personalizado, gerindo sete escolas públicas na Califórnia e quatro em Washington. Para se ter uma ideia, a taxa de estudantes da Summit que passam em exames de admissão em universidades fica entre 99% e 100%.
Foco na educação 5.0
O conceito de Educação 5.0 surgiu no Japão quando o governo local criou o projeto de smart cities (cidades inteligentes). Se a Educação 4.0 trouxe a tecnologia para o centro do processo de ensino e aprendizagem, a sua sucessora adiciona uma abordagem de qualidade de vida ao conceito.
Além da qualidade de vida, a inclusão e a sustentabilidade estão entre os seus principais objetivos. Ou seja, o bem-estar do estudante deve fazer parte dos planos de ensino e ser executado com o apoio da tecnologia.
Os recursos digitais servem, por exemplo, para otimizar a rotina estudantil, aumentar a acessibilidade e reduzir a utilização de materiais impressos.
Ao mesmo tempo, cabe aos professores desenvolver as habilidades socioemocionais, a consciência ambiental e a empatia entre os discentes. Isto pode ser feito através de metodologias ativas, como a aprendizagem baseada em projeto (ABP ou PBL, na sigla em inglês), e da inserção dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) na sala de aula.
De qualquer maneira, o ano de 2022 chega repleto de desafios para o setor educacional. Não há como encará-los sem promover o protagonismo dos alunos e a personalização do ensino. Já os gestores devem garantir a formação continuada dos docentes, com foco na aquisição de habilidades digitais. Disso depende a consolidação de uma nova forma de ensinar, mais adequada ao século XXI.
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