Quando foi criado, em 2013, o programa Mais Médicos tinha dois objetivos principais.
Um deles era aumentar o número de profissionais que atendiam no interior do Brasil. O segundo, tão nobre quanto o primeiro, era promover uma atualização curricular nas faculdades de Medicina – com uma reforma focada em competências.
Como se sabe, o Mais Médicos teve relativo sucesso dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) e na descentralização do atendimento médico. No que diz respeito ao currículo do curso, nem tanto: a ideia era que a reforma acontecesse entre 2014 e 2018, mas poucas instituições de ensino superior (IES) conseguiram atender a expectativa.
Estas poucas IES que promoveram a reforma dos planos pedagógicos, porém, hoje são referência no setor. Por quê? Porque se anteciparam às transformações que as faculdades de Medicina serão obrigadas a implementar em um futuro próximo.
Para entender como será o currículo do curso de Medicina no futuro, o Blog da DreamShaper destaca três pontos de atenção. Confira!
Tecnologia é mandatória
Mais concorrida – e cara – do Brasil, a graduação de Medicina está cada vez mais inovadora. É o que acontece no Centro Universitário UniBH. Por lá, a tecnologia é uma aliada de longa data dos estudantes – uma estratégia adotada muito antes da pandemia.
Para incrementar a formação teórica e prática dos futuros médicos, a IES investiu em mesas tridimensionais de anatomia, salas virtuais de atendimento médico e plataforma de multicanais. A UniBH também tem laboratórios de simulação realística, mesa 3D de anatomia e consultório virtual.
Muitas outras instituições de ensino (no Brasil e no exterior) estão investindo em soluções tecnológicas. Afinal, elas não só melhoraram o treinamento de habilidades clínicas como também deixam os alunos mais engajados, além de reduzir custos e otimizar recursos da IES.
A atualização do curso de Medicina começou com a adoção de metodologias ativas, como a sala de aula invertida e a aprendizagem baseada em projeto. Agora, chegou a hora e a vez da experiência digital.
IA no currículo
Já que o assunto é tecnologia, não é possível deixar de falar na Inteligência Artificial (IA). Os avanços e as novas ferramentas que a popularizaram, especialmente o ChatGPT, fizeram com que todos olhassem com mais atenção para a IA.
Os especialistas dizem que, na área da saúde, a IA tende a contribuir com atendimentos e diagnósticos mais rápidos e precisos. A ferramenta também pode apoiar o setor de triagem e outras áreas ao interpretar exames de imagem, fornecer dados laboratoriais, identificar padrões genéticos, realizar relatórios e estatísticas, entre outras ações.
Os estudantes e residentes de Medicina podem ter uma boa ideia dos benefícios da IA, mas eles compreendem melhor quando a utilizam durante sua jornada acadêmica. Um exemplo é o que ocorre na Harvard Medical School: a instituição oferece treinamento em IA clínica e, mais recentemente, decidiu explorar como os chatbots podem ser usados – e mal utilizados – na formação de futuros médicos.
Ensino por competências
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) de Medicina, o currículo do curso não só pode como deve incluir o desenvolvimento de habilidades comportamentais e socioemocionais.
Ter uma boa comunicação, por exemplo, é inerente a todo bom profissional. Quando o médico sabe se comunicar, ele tem a capacidade de conhecer o paciente a fundo, além do preparo para lidar com situações delicadas e de alta carga emocional envolvendo familiares.
Na Universidade de São Paulo (USP), o currículo de Medicina é caracterizado pelo desenvolvimento de competências que vão além do conhecimento acadêmico. Entre as principais habilidades exploradas na grade curricular da USP estão autonomia, controle emocional e capacidade de tomar decisões. O foco não é apenas a formação médica, mas a formação de cidadãos que contribuam para uma sociedade melhor.
Sobre a DreamShaper
A DreamShaper é uma EdTech especializada em Aprendizagem Baseada em Projeto que apoia Instituições de Ensino em mais de 20 países na implementação de metodologias ativas, por meio da sistematização do trabalho com projetos de forma inovadora e eficiente. Agende uma conversa!