Futuro da educação: ensino a distância cresce 474% em uma década

Entre 2011 e 2021, o número de estudantes em cursos universitários presenciais no Brasil diminuiu 23,4%. Enquanto isso, o contingente que opta pela educação a distância (EaD) mais que quadruplicou (474%). 

Os números são do último Censo da Educação Superior, publicado em novembro pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação.

Esse não é um fenômeno passageiro. Em 2019, pela primeira vez, o número de ingressantes na EaD superou o de estudantes que começaram uma graduação presencial, no caso das instituições de ensino superior (IES) privadas. 

A modalidade a distância, que já crescia no país, popularizou-se ainda mais durante a pandemia de Covid-19. Nesse período, até mesmo os cursos presenciais precisaram se adaptar às novas condições e ofereceram aulas remotas. 

Flexibilidade para assistir às aulas

A flexibilidade trazida pela educação a distância é uma das principais vantagens vista pelos ingressantes – e pode explicar o crescimento acelerado da EaD por aqui. Afinal, é possível realizar o curso no seu “próprio tempo”, sem cobranças quanto à pontualidade, por exemplo. 

Segundo o Censo da Educação Superior, cerca de 75% dos estudantes de cursos a distância trabalha, e a idade média dos alunos da modalidade é de 26 anos. 

Dessa forma, o perfil discente é o de trabalhadores que estudam em seu tempo livre, ao contrário do perfil tradicional de alunos que complementam a graduação com estágios e participação em pesquisas. 

Além disso, os alunos mais velhos tendem a ser mais disciplinados e independentes, se adaptando bem às metodologias dos cursos a distância.

Acessibilidade

Atualmente, apenas 17,7% dos jovens brasileiros cursam uma graduação. A distância das universidades e as dificuldades de acesso ao ensino superior são alguns dos fatores que contribuem para o baixo índice. 

A expectativa do Ministério da Educação era de que esse percentual chegasse a 33% até 2024 – dez anos após o lançamento do Plano Nacional de Educação. Meta que dificilmente será alcançada.

Diante desse cenário, o aumento da oferta de cursos a distância e do ingresso de novos estudantes pode ser uma forma de ampliar o volume de graduados no Brasil. Além de permitir que o aluno estude de qualquer lugar, na EaD as mensalidades normalmente são mais baratas do que as cobradas por cursos presenciais.

EAD ou ensino híbrido?

De acordo com a Educa Insights e a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior, no primeiro semestre de 2022 a demanda pelo ensino híbrido cresceu 43%. Essa modalidade, também conhecida como semipresencial ou blended learning, mescla características da EAD e da graduação presencial. 

Normalmente, nesses casos, é utilizada a metodologia de sala de aula invertida. Ou seja, os discentes estudam o conteúdo previamente em casa e utilizam os encontros com os colegas e o professor para discussões, debates e tirar as dúvidas. A ideia por trás disso é que a interatividade não seja prejudicada, enquanto a autonomia é mantida. Afinal, o professor atua como mediador da experiência de aprendizagem. 

No ensino a distância também podem ser realizadas reuniões presenciais, principalmente para a resolução de exercícios e a aplicação de provas. Mas esses momentos são mais espaçados do que no ensino híbrido. Assim, o que diferencia as duas modalidades, além da periodicidade, é o objetivo dos encontros. 

O ensino a distância veio para ficar – o que não se restringe a cursos 100% online ou semipresenciais. Cursos presenciais, por exemplo, já podem ofertar parte da matriz curricular a distância. Disciplinas nesse formato já são oferecidas tanto em universidades privadas quanto públicas. 

Vale lembrar que essa forma de aprender está alinhada com os mais recentes métodos de educação: as metodologias ativas, que, especialmente com o uso de tecnologias, possibilitam uma combinação de atividades síncronas e assíncronas, presenciais e a distância.

Sobre a DreamShaper

A DreamShaper é uma EdTech especializada em Aprendizagem Baseada em Projeto que apoia Instituições de Ensino em mais de 20 países na implementação de metodologias ativas, por meio da sistematização do trabalho com projetos de forma inovadora e eficiente.

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