Ensino superior: entenda o que são os quadrantes híbridos e como usá-los

A pandemia transformou as dinâmicas de ensino e aprendizagem, especialmente no Ensino Superior.

Se antes a maioria das pessoas não via perspectivas além da presencialidade, hoje, as tecnologias e as diferentes formas de organizar as aulas e os currículos estão cada vez mais presentes nas instituições de ensino superior (IES).

Inclusive, segundo uma pesquisa encomendada pela Globo ao Instituto Toluna, 73% dos jovens acreditam que o ensino migrará para o modelo híbrido. Para a efetividade desse formato, foram criados os quadrantes híbridos do Ensino Superior, utilizados para combinar diferentes metodologias e extrair o máximo dos benefícios do formato. 

Hoje, separamos os principais pontos para entender essa forma de organizar o ensino, segundo o guia prático produzido pela DreamShaper em parceria com a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES).  Confira!

O que são os quadrantes híbridos? 

Os quadrantes híbridos são uma metodologia baseada na mistura de atividades presenciais e autônomas, síncronas e assíncronas. Para um bom aproveitamento dessa modalidade de ensino, o ideal é combinar todos os quadrantes. Eles se dividem em: 

  • Presencial síncrono (PS): consiste no formato tradicional de aula, em que os estudantes se encontram presencialmente com o professor;
  • Virtual síncrono (VS): são as conhecidas aulas remotas, que se popularizaram durante a pandemia. Aqui, o importante é a interação entre professor e alunos, mas sem estarem no mesmo ambiente físico; 
  • Presencial assíncrono (PA): são atividades práticas supervisionadas e que podem acontecer em diferentes espaços – como idas aos laboratórios da IES, por exemplo. Entretanto, a presença do professor não é necessária; 
  • Virtual assíncrono (VA): são atividades ou aulas que podem ser acessadas remotamente pelo estudante a qualquer momento. 

As atividades de ensino-aprendizagem devem estar dispostas em pelo menos dois desses quadrantes, para que se tenha uma atividade híbrida no tempo-espaço. A melhor maneira de iniciar a implementação dessa proposta é compreendendo que o hibridismo não é uma única modalidade, mas um mix de possibilidades de ensino e aprendizagem que permite o uso de diferentes metodologias e tecnologias. 

Em seguida, é necessário analisar quais as possibilidades de implementação dos quadrantes nos cursos de acordo com a características das IES, dos alunos e de cada formação.

Para isso, não são necessárias grandes alterações no Projeto Pedagógico de Curso (PPC) e no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), assim como as matrizes curriculares. O mais importante é deixar claro neles quais serão as tecnologias a serem utilizadas na implementação do hibridismo. 

Quais os benefícios dos quadrantes híbridos? 

Os quadrantes híbridos permitem uma combinação de metodologias que potencializam a aprendizagem e são capazes de garantir um aumento no engajamento dos estudantes. 

Além disso, com a possibilidade de atividades autônomas, o professor pode assumir o papel de tutor, acompanhando a trajetória dos estudantes com mais tempo para focar na personalização do ensino e na construção de soft skills.

Com uma ampliação dos recursos usados no ensino, também é possível contemplar de forma mais satisfatória os diversos perfis de alunos que compõem uma sala de aula, melhorando o desenvolvimento deles. A transição, no entanto, exige disciplina e organização – e o professor deve estar atento a isso ao utilizar os quadrantes híbridos. 

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Os quadrantes na prática 

O Grupo Tiradentes já está no segundo ano da implantação do hibridismo nos cursos de graduação presenciais. Na instituição, esse formato é incorporado em disciplinas com maior carga horária (80h). Os quadrantes são utilizados para a curricularização da extensão, usando diferentes metodologias, como: 

  • Aprendizagem baseada em projetos;
  • Resolução de problemas; 
  • Aprendizagem por colaboração; 
  • Aprendizagem por competências.

Nessas atividades, os alunos seguem uma trilha evolutiva de aprendizagem que auxilia no desenvolvimento de competências socioemocionais, cognitivas e comunicativas. A ideia é unir a universidade à sociedade, fazendo com que os estudantes contribuam ativamente para a comunidade em que estão inseridos. Nesse contexto, os quadrantes híbridos são utilizados da seguinte maneira: 

  • VS: é onde começam as atividades. Após a acolhida dos alunos, são realizadas a escolha do problema de partida e a discussão com a comunidade;
  • VA: o professor realiza o acompanhamento do projeto. Para isso, analisa as evidências do trabalho e oferece feedbacks constantemente; 
  • PS: é quando as avaliações acontecem. Além disso, são os momentos em que os alunos se reúnem para pesquisar e planejar suas intervenções sobre o problema escolhido;
  • PA: os alunos visitam a comunidade para explorar e compreender os problemas, além de executar as soluções que foram propostas em seus projetos e para apresentar os resultados delas. 

O impacto na aprendizagem do aluno ao sair de um modelo tradicional de ensino para um de quadrantes híbridos é enorme. Mas não são só os estudantes que precisam se adaptar. Para a metodologia realmente funcionar, é preciso uma mudança de cultura efetiva em todo o Ensino Superior.  A sua IES já está nesse caminho?  

Sobre a DreamShaper

A DreamShaper é uma EdTech especializada em Aprendizagem Baseada em Projeto que apoia Instituições de Ensino em mais de 20 países na implementação de metodologias ativas, por meio da sistematização do trabalho com projetos de forma inovadora e eficiente.

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