Como o ESG impacta o ensino superior?

O termo já aparece no vocabulário do mundo corporativo há algum tempo, e vem ganhando cada vez mais protagonismo nos últimos anos.

Foi destaque, por exemplo, durante os debates da última Conferência do Clima da ONU, a COP 27, recentemente realizada no Egito. Estamos falando do ESG – sigla para Environmental, Social and corporate Governance, o que significa trabalhar eixos como meio ambiente, igualdade social e governança. 

Ainda que não façam uma associação direta ao ESG, um número considerável de consumidores tem dedicado atenção às questões que o envolvem. Um estudo recente da Nielsen, por exemplo, mostrou que 42% dos consumidores brasileiros estão mudando seus hábitos de consumo para reduzir seu impacto no meio ambiente. Já um levantamento da Ipsos, divulgado neste ano, indica que a pobreza e a desigualdade social são as questões que mais preocupam a população do País hoje para 41% dos entrevistados. 

Os investidores também estão atentos ao tema. Para se ter ideia, a previsão é que até 2025 quase metade (57%) dos ativos na Europa esteja alocada em fundos ESG, segundo a PwC. 

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Mas o que o ESG tem a ver com ensino superior? A resposta é: tudo! 

Se no passado cuidar da natureza, adotar ações que contribuam para a diminuição da desigualdade social e optar por uma conduta ética ainda eram escolhas – que poderiam ser feitas pelos gestores das instituições de ensino –, hoje representam ações obrigatórias para as organizações do setor que aspiram a ter competitividade no mercado. A questão é saber como elaborar as estratégias adequadas para implantar as práticas ESG – e, mais importante ainda, saber como executá-las. 

A boa notícia é que uma pesquisa da EY-Parthenon – braço de consultoria de estratégia global da Ernst & Young –, divulgada em 2022, mostrou que a sustentabilidade ambiental é uma questão importante para 75% de 176 instituições de ensino superior dos Estados Unidos. O levantamento abrangeu consultas a administradores financeiros, operacionais e acadêmicos das faculdades e universidades.

Historicamente, as IES sempre se colocaram à frente das ações que desencadearam mudanças econômicas e sociais no mundo. Assim, elas devem mesmo estar na vanguarda do movimento ESG. 

Para isso, o primeiro passo é contar com a adesão das pessoas que ocupam os cargos mais elevados da gestão. Isso indica um comprometimento da instituição com o futuro do planeta e o bem-estar da sociedade. 

Mas ainda não é o suficiente. As práticas ESG precisam ser adotadas em todos os níveis da organização para que possam realmente se consolidar e produzir resultados. Por isso, as transformações requeridas não se reduzem a uma alteração de postura da alta direção – na verdade, exigem mudanças estruturais.

Futuras gerações conectadas com a sustentabilidade

O estudo da EY-Parthenon indicou também que a forma como as instituições planejam alcançar seus objetivos ESG está mudando. 

Antes, elas adotavam estratégias menos complexas, como orientar alunos, professores e funcionários para a adoção de novos comportamentos. Agora, elas estão se voltando cada vez mais para medidas concretas de redução significativa da dependência de combustíveis fósseis, com consequente aumento do uso de fontes de energia renováveis. 

Em termos globais, o que se busca é a descarbonização da economia do setor, com a diminuição das emissões de gases de efeito estufa, que destroem a atmosfera da Terra.

Modificações também devem ser introduzidas nos currículos. Afinal, já passou da hora de faculdades e universidades formarem profissionais que saibam o que são boas práticas ambientais, sociais e de governança e como implementá-las. Desse modo, as IES estarão gerando engajamento das novas gerações. Não custa lembrar que os jovens de hoje serão os futuros tomadores de decisão, independente da profissão escolhida. 

Outra possibilidade é oferecer cursos que valorizem as competências relacionadas às práticas ESG, assim como criar linhas de pesquisa alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pela ONU, para diminuir os impactos sociais, econômicos e ambientais que atingem o planeta. Esses itens abrangem questões relacionadas a temas como pobreza, fome, saúde, educação, aquecimento global, igualdade de gênero, água, saneamento, energia, urbanização, etc. 

Sem dúvida, é urgente que a educação se adeque ao novo padrão de sustentabilidade do mundo dos negócios. O desafio dos gestores das IES é contribuir com esse movimento, fazendo o dever de casa e formando mentes e corações conectados ao futuro.

Sobre a DreamShaper

A DreamShaper é uma EdTech especializada em Aprendizagem Baseada em Projeto que apoia Instituições de Ensino em mais de 20 países na implementação de metodologias ativas, por meio da sistematização do trabalho com projetos de forma inovadora e eficiente.

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