Como desenvolver nos alunos as competências esperadas pelo mercado de trabalho

Um estudo divulgado pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) revela a distância entre as competências desenvolvidas na academia e aquelas requisitadas pelas empresas.

Segundo a pesquisa, 62% dos alunos e 69% dos gestores de universidades privadas brasileiras acreditam que os egressos saem preparados para o mercado de trabalho. Por outro lado, entre os empregadores, esse percentual cai para 39%. 

A diferença pode ser explicada pela transformação em curso no mundo do trabalho – causada, principalmente, pela automação. Conforme um levantamento do Laboratório de Aprendizado de Máquina em Finanças e Organizações, da Universidade de Brasília (UnB), que avaliou 2.602 profissões, 54% dos empregos formais poderão ser ocupados por robôs e programas de computador até 2026, ou seja, em menos de quatro anos. 

O avanço da tecnologia incide, na maioria das vezes, em atividades puramente técnicas e rotineiras. Não por acaso, atualmente, os empregadores não pedem apenas um diploma aos candidatos. Eles exigem o domínio de competências socioemocionais – as tão famosas soft skills. Neste artigo, vamos falar sobre quais habilidades são essas e como as instituições de ensino superior (IES) podem ajudar seus alunos a vencer no mercado de trabalho do futuro. 

As competências esperadas pelo mercado

O relatório The Future of Jobs, publicado pelo Fórum Econômico Mundial a partir da percepção de 291 gestores ao redor do mundo, é uma das principais referências no assunto. Considerando a revolução digital, o documento elenca as dez principais competências esperadas dos profissionais do futuro: pensamento analítico, inovação, aprendizagem ativa, resolução de problemas complexos, pensamento crítico, análise, criatividade, originalidade e iniciativa. 

O estudo Revolução das Competências 4.0, realizado pelo ManpowerGroup aponta na mesma direção. A projeção é que, até 2030, a procura por habilidades socioemocionais aumentará em todos os segmentos profissionais a uma média de 26% nos Estados Unidos e 22% na Europa. “Os candidatos que demonstram competências cognitivas avançadas, criatividade e capacidade de processar informações complexas, além de adaptabilidade e simpatia, podem esperar maior sucesso ao longo das suas carreiras”, diz o estudo. 

O professor e historiador israelense, autor de livros como o best-seller 21 lições para o século 21, Yuval Harari, também se dedicou ao assunto. Para Harari, as mudanças pelas quais a sociedade passará nas próximas décadas exigirão repetidas fases de reinvenção das pessoas. “O mais importante de tudo será a habilidade para lidar com mudanças, aprender coisas novas e preservar seu equilíbrio mental em situação que não lhe são familiares”, escreve.

Ao mesmo tempo, a demanda por habilidades tecnológicas e digitais está crescendo em todas as funções, de acordo com o estudo do ManpowerGroup. Especialmente, a transformação digital impulsiona a área de tecnologia da informação (TI), onde setores como ciência de dados e inteligência artificial (IA) devem receber investimentos anuais de, respectivamente, R$ 5,5 bilhões R$ 1,9 bilhão nos próximos dois anos. Entretanto, a TI sofre para preencher suas vagas, com um déficit anual de 50 mil profissionais qualificados, segundo a Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação). 

Como explicou o coordenador de projetos e agente de inovação e empreendedorismo do Centro Paula Souza (CPS), Gislayno Monteiro, em entrevista ao blog da DreamShaper, sem as competências socioemocionais os alunos até conseguem se inserir no mercado de trabalho. Mas, provavelmente, terão dificuldades para manter os empregos ou conseguir novas vagas no decorrer dos anos. 

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Como desenvolvê-las no ensino superior

A transformação no mercado do trabalho não é uma novidade. Cada vez mais rápido, seja por inovações tecnológicas ou questões sociais, por exemplo, as empresas têm novas necessidades. O problema é que as instituições de ensino superior – responsáveis pela empregabilidade dos seus alunos – muitas vezes não acompanham essas transformações

As aulas puramente expositivas levaram ao esgotamento do modelo tradicional. Elas não atendem nem ao anseio dos estudantes – principalmente, os mais jovens – nem às demandas do mercado de trabalho. Além da automação das profissões, essa é a segunda explicação para o abismo entre a opinião de gestores acadêmicos e empregadores em relação à preparação dos egressos verificada na pesquisa da ABMES. 

Como mudar esse quadro? Boa parte da resposta está na modernização das metodologias de ensino adotadas nas IES. Nesse sentido, uma opção é a Aprendizagem Baseada em Projeto (ABP ou PBL, na sigla em inglês). Afinal, a união entre o domínio prático, que ainda é indispensável, e o desenvolvimento das habilidades socioemocionais está no cerne do PBL. 

Funciona da seguinte maneira: no PBL, a partir de problemas reais ou simulados, conforme as necessidades de empresas e comunidades, os alunos são instigados a agir de maneira ativa e colaborativa em busca de uma solução. É dando autonomia e protagonismo durante a pesquisa e a resolução prática dos problemas que a metodologia garante o estímulo às soft skills

Ao trabalhar com projetos, o aluno também acumula um repertório de experiências que podem ser reunidas em um portfólio. Assim, na hora de buscar um emprego, ele terá diferenciais competitivos para oferecer ao empregador, indo além do diploma. 

Sobre a DreamShaper

A DreamShaper é uma EdTech especializada em Aprendizagem Baseada em Projeto que apoia Instituições de Ensino em mais de 20 países na implementação de metodologias ativas, por meio da sistematização do trabalho com projetos de forma inovadora e eficiente.

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