Censo do MEC revela cenário da educação superior no Brasil

Apesar das dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19, a educação superior brasileira apresentou, ao longo do ano de 2020, um desempenho positivo, com elevação de seus principais indicadores.

É o que apontam os dados do Censo da Educação Superior 2020, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Ministério da Educação (MEC) em fevereiro. 

Foram mais de 8,6 milhões de matrículas efetuadas durante o período da pesquisa. Além disso, 1,2 milhão de estudantes concluíram seus estudos, ao passo que outros 3,7 milhões ingressaram nos cursos de graduação. Já a quantidade de professores em atividade no ensino superior alcançou 323.376 na data de referência do censo. 

Em relação às 2.457 instituições de ensino superior em atividade no país à época, o censo mostrou que 2.153 (87,6%) eram privadas e 304 (12,4%), públicas. As instituições privadas contabilizaram 3,2 milhões de ingressantes, representando 86% do total.

Outro indicador positivo foi a quantidade de vagas: em 2020, foram oferecidas 19,6 milhões de oportunidades de acesso ao ensino superior, sendo 18,7 milhões (95,6%) na rede particular. 

Uma informação que chama atenção é o aumento significativo da oferta de cursos a distância – mais de 30% em relação ao ano anterior, chegando a 13,5 milhões (no período, a elevação da oferta de cursos presenciais foi de 1,3%).

Esse não é um dado isolado. A modalidade de EAD vem sendo um dos destaques do censo promovido pelo Inep e o MEC ao longo dos últimos anos, com aumento exponencial de matrículas. 

Em 2020, essa tendência se confirmou com crescimento do volume de ingressos na educação a distância e queda no formato presencial. O ano, aliás, representou um marco – pela primeira na história, a quantidade de alunos que optaram pela EAD superou o total dos estudantes matriculados em cursos de graduação presenciais.

Foram 2 milhões (53,4%) de estudantes de EAD ante 1,7 milhão (46,4%) do formato presencial. Em 2019, esse fenômeno já havia sido registrado, é verdade, mas apenas no âmbito das instituições privadas, ampliando-se agora para todo o sistema educacional superior. 

Um dos desafios é a necessidade de diminuir as taxas de evasão do ensino superior privado. Em 2020, o percentual alcançou 37,2% (maior índice da série histórica), correspondendo a 3,78 milhões de estudantes. Se levarmos em conta apenas os cursos de EAD, a porcentagem é ainda maior – 40%. 

Conforme especialistas, os efeitos da pandemia sobre a economia brasileira representaram um dos fatores preponderantes para isso. Segundo eles, a maior parte dos alunos que desiste dos estudos é formada por jovens com maior vulnerabilidade social, que perderam emprego ou renda por trabalho informal e se viram impossibilitados de continuar pagando suas matrículas.

Realizado anualmente, o Censo da Educação Superior é o mais completo instrumento de pesquisa sobre as instituições de ensino superior do país, subsidiando a formulação, o monitoramento e a avaliação das políticas públicas adotadas para essa etapa educacional.

Em 2020, por causa da pandemia, a data de referência precisou ser flexibilizada, estendendo-se até 30 de junho de 2021, em decorrência das alterações efetuadas no calendário acadêmicos das instituições pesquisadas.

Confira, abaixo, os principais dados do Censo da Educação Superior: 

  • O ano de 2020 representou um marco histórico – pela primeira vez, a quantidade de alunos matriculados em EAD superou os que optaram pelo ensino presencial (53,4% x 46,6%).
  • De um total de 2.457 instituições de ensino que atuam na educação superior no Brasil, 2.153 (87,6%) são privadas ante 304 (12,4%) da rede pública.
  • Entre 2010 e 2020, a rede privada cresce 89,8%, enquanto a rede pública aumentou 10,7%.
  • Em 2020, o número total de ingressantes na educação superior do Brasil teve um crescimento de 3,6% em relação a 2019.
  • No período, houve queda no número de ingressantes na rede pública (-5,8%), ao passo que a rede privada registrou expansão de 5,3%.
  • Um dado preocupante é o aumento da taxa de evasão, que chegou a 37,2% em 2020.

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