Aprendizagem ativa x aprendizagem passiva: entenda as diferenças entre as metodologias

As metodologias ativas de aprendizagem começaram a ser pensadas e aplicadas no Brasil na década de 1980, com o objetivo de dar mais protagonismo aos estudantes. 

Elas estimulam a investigação e a autonomia, se opondo à aprendizagem passiva, baseada na transferência de conhecimento do professor ao aluno. Dessa forma, os educandos são preparados para viver em um mundo onde a solução de problemas é mais valorizada do que a mera reprodução de conteúdos memorizados. 

Ao longo de toda a história humana, foram observadas diferentes formas de aprender. A aprendizagem ativa, por exemplo, já estava presente na Grécia antiga e foi uma das responsáveis pelo surgimento da filosofia ocidental, valorizando o debate e a troca de ideias. Sócrates, por exemplo, se valia da maiêutica, uma técnica baseada em questionamentos, para educar seus discípulos. 

Aprendizagem ativa X aprendizagem passiva

As teorias propostas por autores da Psicologia da Educação, como Lev Vigostky (1896 – 1934) e Jean Piaget (1896 – 1980), ajudam a compreender a maneira ativa de adquirir conhecimento. 

Para Vigotsky, a aprendizagem surge da relação da criança com o mundo – intermediada pelo professor. Segundo ele, o sujeito age sobre a natureza e a transforma em objeto de sua ação ao fazer parte dela. Dessa forma, torna-se ao mesmo tempo autor e protagonista da sua história e, consequentemente, do aprendizado. 

Além disso, o pensador acreditava existir um nível de desenvolvimento real, no qual o indivíduo poderia aprender sozinho, e um nível de desenvolvimento potencial, representando o que pode ser compreendido com o auxílio do outro.

Já Piaget defendia que, frente a novos desafios, o cérebro passa por um desequilíbrio, não conseguindo assimilar a nova informação. Diante disso, a mente pode desistir ou se modificar. Nesse último caso, ocorre o que ele chama de “acomodação” – quando são criados novos esquemas de assimilação e o conhecimento é, enfim, construído. 

Essa maneira de aprender está relacionada à criticidade e à busca pelo saber. Nela, o educando é o responsável pela construção do próprio conhecimento. Compete ao professor incentivar a curiosidade pela criação de novos desafios mediar a experiência de aprendizagem. 

Em contrapartida, o método passivo é o que Paulo Freire (1921 – 1997) denominou de “educação bancária”. Nela, o ensino é baseado na transmissibilidade de conhecimento do professor ao aluno. O estudante é um reprodutor de conceitos e ideias de maneira acrítica, e as hierarquias entre docente e discente ficam mais evidentes. 

Por que investir em uma aprendizagem ativa e como incentivá-la?

A aprendizagem ativa parte da curiosidade do estudante e, por isso, traz um maior engajamento. Dessa maneira, as aulas se tornam mais divertidas e a aquisição do conhecimento passa a ser percebida de forma prazerosa pelo aluno. 

Além disso, os conteúdos são mais compreendidos na aprendizagem ativa do que na passiva. É o que demonstra a pirâmide elaborada pelo psiquiatra norte-americano William Glasser (1925-2013), que define assim o sistema de aprendizagem: 

  • 95% de um assunto é assimilado quando explicado a outra pessoa;
  • 80% ao praticar;
  • 70% ao conversar e debater;
  • 50% ao ver e escutar;
  • 30% ao ver;
  • 20% ao escutar;
  • 10% ao ler. 

Por se tratar de uma aprendizagem “mão na massa”, no método ativo o estudante é mais propenso a solucionar problemas, realizar análises complexas e pensar criticamente. 

Também desenvolve outras habilidades além das propriamente intelectuais, como trabalhar em equipe e gerenciar os sentimentos. Dessa forma, torna-se mais preparado não apenas para o mercado de trabalho, mas para a vida. 

Para estimular a aprendizagem ativa, nada melhor do que utilizar as metodologias ativas, como: 

  • Gamificação – incentivar as pessoas a acharem soluções e premiar estas atitudes. Pode incluir tecnologia ou não;
  • Aprendizagem Baseada em Problemas – busca por soluções para problemas reais, em um âmbito mais teórico;
  • Aprendizagem Baseada em Projetos – desenvolvimento de ideias inovadoras de impacto real na comunidade escolar; 
  • Design Thinking – abordagem crítica que busca soluções criativas focadas no ser humano; 
  • Estudo de casos – estudo de situações reais para serem analisadas sob diferentes vieses;
  • Sala de aula invertida – os estudantes estudam o conteúdo teórico em casa e o tempo em aula é utilizado para dúvidas e discussões. 

São muitos os benefícios ao trazer as metodologias ativas para dentro da sala de aula. Entre eles estão a transformação na forma de conceber o aprendizado, ao proporcionar que o aluno pense de maneira mais autônoma e resolva problemas conectando ideias – ao invés de reproduzir conceitos. 

Sobre a DreamShaper

A DreamShaper é uma EdTech especializada em Aprendizagem Baseada em Projeto que apoia Instituições de Ensino em mais de 20 países na implementação de metodologias ativas, por meio da sistematização do trabalho com projetos de forma inovadora e eficiente.

Facebook
Twitter
LinkedIn
COMENTARIOS