A resistência dos docentes à adoção de novas metodologias e tecnologias

Incorporar a tecnologia ao planejamento das aulas é um desafio para boa parte dos professores.

Para se ter uma ideia, quase 90% dos docentes não tinham experiência com aulas remotas antes da pandemia, segundo um levantamento da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação. 

A adoção de metodologias de ensino inovadoras encontra barreiras parecidas. Mais confortáveis e acostumados com as aulas expositivas e conteudistas, muitos docentes resistem às mudanças em curso na educação. Com isso, eles se mantêm no centro do processo de aprendizagem, deixando o aluno em uma posição passiva em sala de aula. 

A Aprendizagem Baseada em Projeto (ABP ou PBL, na sigla em inglês), por exemplo, exige um novo jeito de ensinar. Na PBL, o professor deixa de ser um transmissor de conteúdo para ser uma espécie de guia na jornada dos estudantes. Ou seja, assim como outras metodologias, ela demanda uma transformação no papel ao qual os docentes estão habituados.

É certo que a pandemia quebrou uma parcela dessas resistências. Até porque não houve escolha. De uma hora para outras, mesmo aqueles docentes sem experiências com aulas remotas tiveram que migrar para o ambiente online. Ainda assim, há uma longa caminhada para que as novas práticas da educação sejam incorporadas de vez à rotina docente. 

A raiz do problema – e suas soluções

Como explicou o fundador da Escola Ponte, José Pacheco, em entrevista ao Diário de Notícias, a raiz do problema está na formação docente. Em resumo, o modo como o professor aprende é o modo como o professor ensina. Se a formação docente não for atualizada com tecnologias e metodologias, ele vai seguir reproduzindo um modelo atrasado.

A sugestão de Pacheco é apostar em uma formação docente baseada em competências. Além disso, é fundamental que as instituições de ensino promovam a formação continuada entre seus colaboradores – e estejam sempre buscando sensibilizar a todos sobre a importância de estar atualizado em relação às práticas pedagógicas mais inovadoras. 

“A nossa missão como educadores é não se deixar de se reinventar”, resumiu o gerente de tecnologia educacional da Cruzeiro do Sul, Marcos Ota, em episódio da websérie DreamShaper “Potencializando o Uso da PBL no Ensino Superior. Essa mentalidade exige assumir um impulso de experimentação e ressignificação do ensino e aprendizagem.

De qualquer maneira, transformações significativas no exercício de qualquer profissão podem levar tempo para se estabelecer. De acordo com a professora e pesquisadora da UFMG, Vera Lucia Menezes de Oliveira e Paiva, o processo de aderência às novas práticas na educação passa por três estágios: rejeição, adesão e normalização. 

Benefícios para professores e alunos

O novo perfil dos alunos pesa a favor da adoção de novas tecnologias e metodologias de ensino pelos professores. Não por acaso, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) inseriu a cultura digital entre suas competências. Segundo a BNCC, “os jovens estão, cada vez mais, envolvidos em novas formas de interação multimidiática, multimodal e de atuação em rede.”

Em curso do Ministério da Educação (MEC) sobre o tema, a coordenadora do Núcleo Multiprojetos de Tecnologia Educacional, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Rose Cerny, diz que a cultura digital tem o benefício de “o estudante estar em rede, participar de comunidades de aprendizagem e não ficar isolado, restrito à sala de aula.”

Ou seja, ao aderir às novas ferramentas, o professor consegue melhores resultados e obtém mais sucesso com os seus alunos, pois os mantém em sintonia com o contexto da sociedade em que estão inseridos. Ao mesmo tempo, traz benefícios aos próprios docentes, que se desenvolvem competências profissionais alinhadas ao futuro da educação.

Sobre a DreamShaper

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