As recomendações do Conselho Nacional de Educação para o pós-pandemia 

O setor da Educação foi um dos mais impactados pela pandemia, e um dos que se viu obrigado a adaptar-se mais rapidamente.

Se antes havia uma reflexão sobre as mudanças no modelo de ensino das instituições, no último ano, as transformações educacionais e tecnológicas foram realizadas por necessidade de adaptação das instituições, alunos e docentes.

Recentemente, o Conselho Nacional de Educação (CNE), pediu atenção especial aos alunos que foram afetados pela pandemia durante o 1º e 2º ano de escolaridade, e sugeriu mudanças na educação do ensino secundário.

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Com o confinamento causado pela pandemia, a rotina de diversos estudantes foi alterada. Por isso, o CNE pede às escolas para dedicar uma atenção especial aos alunos que irão cursar o 3º ano de escolaridade em 2021/2022, visto que nos últimos dois anos a sua educação foi atípica.

Igualmente, o CNE pede que as instituições de ensino assumam a necessidade de reorganização do ensino secundário, reduzindo o peso dos exames nacionais no acesso ao ensino superior e evitando aprendizagens baseadas quase exclusivamente no treino e na memorização.

Dificuldades no acesso da educação

As dificuldades de acesso foram talvez as que mais afetaram os alunos. Com a pandemia, as desigualdades dispararam: por falta de equipamentos que permitiam acompanhar as aulas por via remota, por falta de condições no acesso às redes móveis, por falta de apoios adequados a alunos, por desigualdades profundas entre as famílias, em diversos domínios, incluindo, também o da literacia digital.

“Torna-se, por isso, necessário encontrar respostas reforçadas, a que deverão corresponder recursos nas escolas e de apoio às famílias para recuperar dos défices que hoje são indisfarçáveis, mas que já existiam. Ao agravá-los, a pandemia serviu de lupa, tornando-os mais visíveis: agravou-se a desigualdade de acesso ao ensino e isso terá como potencial consequência a desigualdade de sucesso”, lê-se no documento.

Ensino conteudista x Flexibilidade curricular

O Conselho Nacional de Educação recomenda ao Ministério da Educação que “estude a reorganização do ensino secundário de forma a manter o 10º ano mais livre e transversal aos diferentes percursos de conclusão do ensino obrigatório, relegando para os 11º e 12º anos a escolha das vias de conclusão e acesso ao ensino superior, podendo também, nestes anos, haver flexibilidade e permeabilidade entre os diversos desenhos curriculares e recurso à modalidade de ensino híbrido (remoto e presencial).” 

O documento mostra, ainda, que o CNE pede que a educação no pós-pandemia aposte numa “cultura participativa, sem a ideia de policiamento do trabalho na escola e sem agudizar o trabalho burocrático dos professores, que deverão em vez disso ter agora mais tempo para sua primordial e complexa tarefa educativa”.

Na gestão do currículo, a proposta é que “se use a flexibilidade curricular para reforçar conhecimentos, capacidades e atitudes identificados como menos apreendidos e consolidados em anos anteriores”, como é o caso no ensino secundário. 

 

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